Cristina Drios
Nasci em Lisboa em 1969 e sou licenciada em Direito, exercendo a actividade de jurista da área da Propriedade Intelectual.
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O meu livro de contos Histórias Indianas venceu o Prémio Literário Cadernos do Campo Alegre «Novo Autor, Primeiro Livro» da Fundação Ciência e Desenvolvimento/Câmara Municipal do Porto. Os Olhos de Tirésias, a minha estreia no romance, foi finalista do Prémio LeYa e Vencedor da Selecção Portuguesa da 27.ª Edição do Festival do Primeiro Romance de Chambéry.
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Conto com vários contos publicados em jornais, revistas e antologias: A Mãe integra a antologia de contos O País Invisível do Centro Mário Cláudio.
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Adoração é o meu segundo romance, tendo sido, tal como o anterior, muito bem recebido, pela crítica e pelo público.
Livros
ADORAÇÃO
Romance
Teorema, 2016
Descrito pelo duque de Nottetempo, seu contemporâneo, como «um brigão, um arruaceiro», o pintor Caravaggio passou uma temporada na Sicília, em 1609, aguardando o indulto papal por um crime de sangue que cometera em Roma. Nesse período, pintou uma tela que ficaria conhecida por A Adoração e que esteve no Oratório de São Lourenço, em Palermo, até ser roubada em 1969, ano em que nasceria Antonia Rei.
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É essa mesma Antonia que, em 1992, testemunha um homicídio perpetrado pela máfia numa praça da cidade, onde é interrogada pelo comissário Salvatore Amato, que acaba por contactar uns dias mais tarde. Mas não é curiosamente sobre o assassínio que lhe quer falar, antes sobre o roubo do famoso quadro.
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Oscilando entre épocas afastadas no tempo, entre a história fascinante da pintura d’A Adoração e a da investigação de Salvatore Amato num dos mais violentos períodos da acção da máfia, este romance recorre aos jogos de espelhos que Caravaggio usava nas suas pinturas para atrair ao mesmo vórtice de luz e trevas as vidas de um leque de personagens cativantes, mortas ou vivas, mas todas misteriosamente condenadas ao desencontro.
OS OLHOS DE TIRÉSIAS
Romance
Teorema, 2013
A descoberta de um retrato daquele avô cuja história a família sempre encobriu – Mateus Mateus –, o gigante de olhar estranho que partiu, no contingente português, para a Flandres durante a Primeira Guerra Mundial – é o pretexto que a narradora encontra para, simultaneamente, escrever um romance e se afastar de um casamento que parece condenado ao fracasso. Para saber mais sobre o passado desse desconhecido, parte, também ela, para a propriedade de La Peylouse, em Saint-Venant, que alojou o Estado-maior português nos anos 1917-1918 e da qual o avô, depois de ter servido na frente como maqueiro e coveiro, foi enviado numa missão de espionagem, acabando prisioneiro dos alemães. No bizarro hospital onde passa os meses que antecedem a batalha de La Lys (o mesmo onde virá a ser internado um cabo alemão chamado Adolf, atacado de cegueira histérica), Mateus Mateus cruza-se com figuras inesquecíveis: Alvin Martin, um inglês albino dado às premonições; Hugo Metz, o médico que usa métodos de inspiração freudiana para interrogar pacientes; o órfão Émile Lebecq, pequeno ladrão e ilusionista amador; e, sobretudo Georgette Six, a bela enfermeira francesa que perdeu o noivo na guerra e pela qual o português se tornará um homem diferente.
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E, porém, à medida que a neta de Mateus Mateus vai desfiando essa história – num jogo em que a realidade se torna indestrinçável da ficção –, também a sua vida é sacudida por uma paixão – e só o encontro com Cyril Eyck e o seu bisavô centenário trará a chave para os enigmas do próprio romance.
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