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Escritoras do Passado

A génese do Clube das Mulheres Escritoras é a celebração, a valorização e a promoção da literatura produzia por mulheres portuguesas. Como tal, e embora muitas das nossas iniciativas sejam direcionadas para o papel das mulheres na escrita hoje, não podíamos deixar de prestar homenagem às escritoras que vieram antes de nós. Não podemos permitir que sejam esquecidas nem deixar de destacar o seu contributo para a cena literária do passado.

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Por motivos evidentes, a maioria das mulheres que contribuíram de alguma forma para as Letras em Portugal eram de origem nobre ou viviam enclausuradas em conventos. Eram essas as mulheres que tinham acesso à educação e as que, por pretextos religiosos ou de caráter social, tinham a possibilidade de divulgar o seu trabalho.

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Abaixo, partilhamos uma lista (incompleta) das muitas mulheres de nacionalidade portuguesa que escreveram ao longo dos séculos, em áreas como a epistolografia, a novela, o conto, a poesia, o romance, a dramaturgia, o jornalismo, a literatura infantil, etc.

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​Para a sua elaboração, consultámos duas fontes essenciais de relevância para o tema: Uma Antologia Improvável, A Escrita das Mulheres (séculos XVI a XVIII), com coordenação de Vanda Anastácio, e a página Mulheres escritoras, fruto de uma parceria internacional com o envolvimento da FCSH da Universidade Nova de Lisboa, que “Visa integrar no património literário a escrita realizada por mulheres, promovendo o conhecimento, a desocultação e a difusão de escritoras que publicaram entre 1926 e 1974, assim como das suas obras, uma vez que, mesmo no que diz respeito ao século XX, o cânone da literatura portuguesa é essencialmente masculino.”

D. Filipa d’Almada (c. 1439-1497?)

Tendo vivido no ambiente cultural fervilhante do século XV, em Portugal, foi uma das damas que costumavam participar nos torneiros de poesia nas cortes de D. Afonso V e D. João II, segundo o Dicionário Cronológico de Autores Portugueses, Vol. I, Lisboa, 1989. D. Filipa d’Almada juntou-se assim a muitas outras mulheres da corte que, em serões improvisados, respondiam em verso às abordagens galantes dos poetas masculinos. Ao que tudo indica, terá sido nessa época, pela primeira vez, que as mulheres puderam ter um papel interventivo na cena cultural do reino.

Públia Hortênsia de Castro (1548-1595)

Hortênsia de Castro nasceu em Vila Viçosa em 1548 e, antes dos seis anos, já sabia ler e escrever em português e latim. A Universidade de Évora havia sido inaugurada há pouco tempo e, devido à influência da sua família na região, pensa-se que tenha podido assistir a aulas nessa instituição, apesar de o ensino superior estar expressamente vetado às mulheres da época. A autora doutorou-se aos 17 anos, sendo uma das primeiras portuguesas, e também europeias, a conquistar essa honra. Presente para a defesa do seu doutoramento esteve o humanista André de Resende, que descreveu o momento como um “espetáculo” em que a jovem menina desmantelou sabiamente os argumentos de “muitos homens doutos”. Em 1581, aos 33 anos, obteve de D. Filipe I uma remuneração por serviços prestados ao reino semelhante à que Camões recebera de D. Sebastião em 1572. Essa remuneração serviu para poder juntar-se a um convento, a fim de dedicar a sua vida ao conhecimento. A sua produção literária incluiu salmos, cartas, poemas, tanto em latim quanto em português.

Soror Maria de Mesquita Pimentel (1581-1661)

Maria de Mesquita Pimentel, presumivelmente nascida em Estremoz, foi uma religiosa do convento cisterciense de Celas, em Évora. É considerada a primeira mulher a “escrever e publicar em língua portuguesa uma obra épica”. Tal obra, nascida do punho e da época em que nasceu, é naturalmente uma ode de cunho religioso que narra a infância de Cristo e que enaltece a figura da Virgem Maria. Segundo a investigação de Antónia Fialho Conde, Soror Pimental apenas teria podido adquirir as competências narrativas que a sua obra deixa transparecer, tais como a riqueza de vocabulário e o conhecimento da mitologia grega, através do acesso a educação anterior à sua clausura no convento. “Memorial da Infância de Christo e Triumpho do Sivino Amor”, publicado em 1639, seria ainda complementado por outras duas partes, “Consta da Vida, e Milagres de Christo” e “Consta da Paixão do Redentor”, que se consideram parcialmente perdidos.

Ana de Castro Osório (1872-1935)

Patriota e defensora dos ideais republicanos, foi uma importante ativista em prol dos direitos da mulher em Portugal, tendo fundado a Liga Republicana das Mulheres Portuguesas e a revista A Sociedade Futura, dirigida às mulheres. Escreveu panfletos, participou em conferências e trabalhou, inclusivamente, como Subinspetora do Trabalho Feminino. Empenhou-se em divulgar normas educativas e em defender o direito ao voto das mulheres, tendo colaborado na elaboração da lei do divórcio e escrito livros de cariz educativo, como A Minha Pátria, As Mulheres Portuguesas e A Mulher no Casamento e no Divórcio. Nas suas obras de ficção narrativa (contos, novelas e romances), aborda temas como a emancipação da mulher, as dificuldades enfrentadas pelas mães solteiras e a questão do divórcio (por exemplo: Ambições, Mundo Novo, Um Passo em Falso, A Sacrificada, A Verdadeira Mãe). Foi, também, a grande impulsionadora da literatura infantil em Portugal: traduziu obras de autores estrangeiros como Grimm, Perrault, Andersen, entre outros, publicou, entre 1897 e 1935, uma série de fascículos Para as Crianças, com contos da tradição oral que recolheu em diferentes regiões de Portugal, e escreveu peças de teatro e narrativas para a infância, como A Comédia de Lili e O Príncipe das Maçãs de Oiro.

Irene Lisboa (1892-1958)

A sua estreia literária aconteceu em 1926, com a publicação dos Treze Contarelos (para jovens), obra que mais tarde adaptou e foi editada sob o título Queres Ouvir? Eu Conto. Foi poetisa, romancista e ensaísta. Chegou a ser Inspetora do Ensino Primário e Infantil, mas não tardou em ser afastada dos cargos públicos devido às suas ideias progressistas, consideradas incómodas pelo Governo. Usou vários pseudónimos - inclusive masculinos, como Carlos Taveira, Manuel Soares e João Falco - para poder publicar, durante a ditadura, obras de caráter pedagógico e autobiográfico, tais como Um Dia e Outro Dia... e Outono Havias de Vir (poesia) e Solidão e Começa Uma Vida (prosa), editadas entre 1936 e 1940. Só a partir de 1942 passou a assinar os seus livros como Irene Lisboa. Um dos temas mais presentes na sua obra é o da solidão, mitigada pela  imaginação, pela esperança e pelo encanto pela vida. Os seus poemas e artigos foram também divulgados em publicações periódicas, incluindo as revistas Presença e Seara Nova. A sua escrita evidencia um espírito sensível, corajoso, independente e crítico da sociedade do seu tempo.

Florbela Espanca (1894-1930)

Nasceu em Vila Viçosa. Filha ilegítima, só foi reconhecida postumamente pelo pai, um homem da burguesia. Desde muito jovem, aos oito anos, começou a escrever versos, quando "já as coisas da vida me davam vontade de chorar". As emoções e os sentimentos seriam sempre a essência de sua poesia, revelando o mais profundo de sua alma.

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Embora tenha vivido afastada das turbulências políticas dos primeiros anos da República, fazia parte de um grupo de mulheres que desafiava as normas da época. Foi uma das poucas a estudar Direito na Faculdade de Lisboa e, sempre que desejava, usava calças, vestuário tradicionalmente masculino.

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No entanto, esta voz feminina, que ousava explorar a sensualidade, não foi bem recebida pelos círculos literários mais exigentes. As críticas desgostavam-na, mas muitos admiradores e leitores identificaram-se com seu tom confessional. O seu talento é celebrado até hoje, com sucessivas reedições de seus livros.

Maria Archer (1899-1982)

Maria Emília Archer Eyrolles Baltasar Moreira, conhecida no mundo literário como Maria Archer, nasceu em Lisboa, em 1899. Tendo concluído apenas a 4.ª classe. O seu primeiro livro, “Três Mulheres”, foi publicado em Luanda, em parceria com Pinto Quartim Graça. De volta a Portugal no mesmo ano, a autora passou a viver apenas da escrita. Com obras como “Ida e Volta duma Caixa de Cigarros” e “Casa sem Pão” censurados pelo regime salazarista, partiu para o Brasil em 1955 onde, em 1959, publicou “Os Últimos Dias do Fascismo Português”. Foi novelista, contista, romancista, dramaturga e ensaísta. Dina Botelho elogia “a forma audaciosa como retratou a mulher portuguesa e os seus problemas familiares e sociais”. Morreu em Lisboa, em 1982.

Sophia de Mello Breyner Andresen (1919-2004)

Uma das mais importantes autoras portuguesas do século XX, recebeu diversos prémios pela sua obra literária. Fortemente empenhada política e socialmente, contribuiu para a fundação do Comité Nacional de Socorro aos Prisioneiros Políticos, ainda antes da Revolução de abril de 1974. Foi eleita deputada à Assembleia Constituinte em 1975 e candidata, pela Oposição Democrática, nas eleições legislativas de 1969.

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O seu primeiro livro de poemas foi publicado em 1944. Fez traduções e retroversões de vários autores importantes, como Dante, Shakespeare, Claudel, Camões, Cesário Verde e Pessoa. Publicou também em diversas revistas literárias - como Cadernos de Poesia, Távola Redonda e Árvore - e escreveu textos para crianças e jovens, entre os quais se destacam as novelas A Fada Oriana, O Rapaz de Bronze , A Floresta, bem como os Contos Exemplares e a peça de teatro O Bojador.

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Como poeta - e a par de Jorge de Sena, Eugénio de Andrade e Ruy Belo -, Sophia pertence a uma geração que consolidou um estilo poético maduro, que explora as potencialidades da linguagem enquanto veículo de demanda existencial, celebração do mundo e expressão individual de cariz filosófico e ontológico.

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Recebeu vários prémios literários e condecorações, e a sua obra foi traduzida para diversas línguas.

Nita Clímaco (1920?-?)

Maria da Conceição Clímaco Tomé, conhecida por Nita Clímaco, é uma autora cuja vida é muito pouco conhecida. Foi jornalista e escritora, com cinco romances publicados, e sabe-se que foi correspondente da revista Eva, a partir de Paris. “Falsos Preconceitos”, a primeira obra da autora (1964), narra a história de uma jovem de 25 anos que parte para Paris a convite de uma amiga. O romance, que toca no tema então tabu da homossexualidade, esgotou em Portugal em apenas dez dias, mas foi prontamente censurado pela PIDE. «– És uma joia de rapariga, Mariana, mas continuas ainda […] cheia de falsos preconceitos contra a nossa maneira de viver. […] Se cada um de nós não pudesse fazer o que lhe apetece […] de que serviria vivermos no século do átomo e da velocidade, da igualdade de direitos?».

Maria Judite de Carvalho (1921-1998)

Publicou o seu primeiro conto na revista Eva, para a qual veio a trabalhar como secretária, redatora e, posteriormente, chefe de redação. Mais tarde, passou a trabalhar no Diário de Lisboa, colaborando também com O Jornal. Cronista e contista, é autora de Tanta Gente, Mariana, «uma espécie de bomba, sem excessos verbais, que caiu sobre o marasmo da sociedade portuguesa do final dos anos cinquenta, com uma ironia dolorosa, por vezes ácida, denunciando as frustrações e contidas mágoas da mulher portuguesa entregue aos caprichos masculinos e aos «brandos costumes» da hipócrita moral salazarista», segundo Urbano Tavares Rodrigues (prefácio da edição de 2010 da Ulisseia / Babel). Em 1950 nasceu a sua filha, Isabel Fraga, uma escritora praticamente desconhecida, cujo primeiro livro de contos, Seres Sentidos, ecoa o estilo delicado e dolorosamente irónico da mãe.

Agustina Bessa Luís (1922-2019)

Estreou-se como uma brilhante romancista em 1949, ao publicar a novela Mundo Fechado, mas seria o romance A Sibila, publicado em 1954 que constituiu um enorme sucesso e lhe trouxe imediato reconhecimento geral. E é com A Sibila que atinge a total maturidade do seu processo criativo.

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É conhecido o seu interesse pela vida e obra de um dos grandes expoentes da escola romântica, Camilo Castelo Branco, cuja herança se faz sentir quer a nível temático (inúmeras obras de Agustina se relacionam com a sociedade de Entre Douro e Minho), quer a nível da técnica narrativa (explorou ficcionalmente a própria vida de Camilo). Essa filiação associa Agustina à corrente neo-romântica, como defende Eduardo Lourenço.

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Vários dos seus romances foram adaptados ao cinema pelo realizador Manoel de Oliveira, com quem manteve uma relação de amizade e de colaboração próxima. Exemplos desta parceria são Fanny Owen (Francisca, 1981), Vale Abraão (filme homónimo, 1993), As Terras do Risco (O Convento, 1995) ou A Mãe de um Rio (Inquietude, 1998). Foi também autora de peças de teatro e guiões para televisão, tendo o seu romance As Fúrias sido adaptado para teatro e encenado por Filipe La Féria, (Teatro Nacional D. Maria II, 1995).​​

Natália Correia (1923-1993)

Nasceu nos Açores e, aos 11 anos, mudou-se para Lisboa. Trabalhou como jornalista no Rádio Clube Português e colaborou no jornal Sol. Ativista política, apoiou a candidatura de Humberto Delgado, assumiu publicamente divergências com o Estado Novo e foi condenada a prisão com pena suspensa em 1966, devido à publicação da Antologia da Poesia Portuguesa Erótica e Satírica.

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Após o 25 de Abril, foi deputada e fez programas de televisão, destacando-se o "Mátria", que explorava o lado matriarcal da sociedade portuguesa. Fundou o bar "Botequim", onde cantou durante muitos anos, tornando-o o ponto de encontro da elite intelectual e política nas décadas de 1970 e 1980. Organizou várias antologias de poesia portuguesa, como Cantares dos Trovadores Galego-Portugueses e Antologia da Poesia do Período Barroco.

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Natália Correia foi uma poetisa extraordinária, uma mulher carismática com uma vida social intensa, que nunca fez concessões à mediocridade e se destacou por uma vasta obra intelectual.

Rosa Lobato Faria (1932-2010)

Poetisa e romancista, o essencial da sua obra poética encontra-se reunido no volume Poemas Escolhidos e Dispersos, publicado em 1997. O seu primeiro romance, O Pranto de Lúcifer, foi lançado em 1995. Seguiram-se-lhe Os Pássaros de Seda (1996), Os Três Casamentos de Camilla S. (1997), Romance de Cordélia (1998), O Prenúncio das Águas (1999), A Trança de Inês (2001), O Sétimo Véu (2003), Os Linhos da Avó (2004), A Flor do Sal (2005), A Alma Trocada (2007), A Estrela de Gonçalo Enes (2007) e As Esquinas do Tempo (2008).

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Foi também autora de vários livros para crianças. A sua obra encontra-se traduzida em Espanha, França e Alemanha, estando igualmente representada em diversas antologias de contos, tanto em Portugal como no estrangeiro. É também amplamente conhecida do público enquanto actriz de televisão e cinema.

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Em 2000, foi distinguida com o Prémio Máxima de Literatura.

Maria Teresa Horta (1937-2025)

Nasceu em Lisboa, a 20 de Maio de 1937. Proveniente, pelo lado materno, de uma família da alta aristocracia portuguesa, conta entre os seus antepassados a célebre poetisa Marquesa de Alorna.

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Frequentou a Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Dedicou-se ao cineclubismo, tendo sido dirigente do ABC Cineclube, ao jornalismo e à causa do feminismo. Integrou o Movimento Feminista em Portugal, juntamente com Maria Isabel Barreno e Maria Velho da Costa, com quem coassinou a obra Novas Cartas Portuguesas.

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Fez parte do grupo Poesia 61. Publicou diversos textos em jornais como o Diário de Lisboa, A Capital, República, O Século, Diário de Notícias e Jornal de Letras e Artes, tendo sido também chefe de redacção da revista Mulheres. O seu romance As Luzes de Leonor, publicado em 2011 pela editora D. Quixote, foi distinguido, em 2012, com o Prémio Literário D. Dinis, atribuído pela Fundação da Casa de Mateus.

Fiama Hasse Pais Brandão (1938-2007)

Nascida em Lisboa, em 1938, destacou-se na poesia, crítica literária, dramaturgia e tradução.  De raízes judaicas, era neta do escritor Raul Brandão e passou grande parte da sua infância no meio rural, em Carcavelos. A sua obra apresenta elementos bucólicos e recorre frequentemente ao Tejo como repositório de divagações sobre “o destino humano”. Colaborou em várias revistas literárias e, em 1974, com a colaboração do marido, Gastão Cruz, fundou o grupo “Teatro Hoje”.

Maria Velho da Costa (1938-2020)

Autora de romances com histórias poderosas, Maria Velho da Costa é uma figura incontornável da literatura portuguesa. Prémio Camões 2002, tornou-se amplamente conhecida pela polémica em torno de Novas Cartas Portuguesas, o livro escrito a três mãos que foi proibido pela censura.

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Nascida em Lisboa, em 1938, o currículo da escritora licenciada em Filologia Germânica é extenso: foi professora de português e de inglês, secretária de Estado da Cultura no governo de Maria de Lourdes Pintassilgo, leitora de português no King’s College em Londres, adida cultural em Cabo Verde, entre outras funções que desempenhou ao longo da sua vida. Foi também a primeira e única mulher a presidir à direção da Associação Portuguesa de Escritores, que, em 2013, a distinguiu com o Prémio Vida Literária.

Maria Isabel Barreno (1939-2016)

Nasceu em Lisboa, a 10 de julho de 1939. Licenciou-se em Ciências Histórico-Filosóficas na Faculdade de Letras de Lisboa. Trabalhou no Instituto Nacional de Investigação Industrial, foi jornalista e Conselheira Cultural para os Assuntos do Ensino na Embaixada portuguesa em Paris. Publicou um total de 24 obras, entre as quais dez romances e quatro livros de contos. Participou também em várias antologias de contos. Recebeu os prémios Camilo Castelo Branco e do Pen Club pelo livro de contos Os sensos incomuns, e o prémio Fernando Namora pelo romance Crónica do tempo. Em 2009, a Sextante Editora publicou o seu romance Vozes do vento.

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Militante da causa feminista, envolveu-se em movimentos de libertação da mulher. Em 1972, juntamente com Maria Teresa Horta e Maria Velho da Costa, iniciou a aventura de Novas Cartas Portuguesas, uma obra proibida pelo regime, que se tornaria o epicentro de um escândalo nacional e internacional conhecido como “o caso das três Marias”.

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