
CONFERÊNCIA
A PALAVRA ESCRITA, A MULHER E A PAZ
FUNDAÇÃO JOSÉ SARAMAGO | 8 DE MARÇO 2025
4.ª Sessão | 15h00 - 16h00
ESCRITA PARA A PAZ OU PARA A GUERRA?
Tema com uma relevância atual sobre o qual é absolutamente necessário refletir. Escreve-se para a paz, mas também se escreve para a guerra. Lemos o que nos aproxima, mas também o que nos afasta. É urgente refletir e estar alerta para esta dupla face da palavra escrita e a tamanha importância que ela tem na violência e na destruição da sustentabilidade da paz. Quer como autores, quer como leitores, na nossa escrita ou na leitura crítica, somos hoje em dia facilmente consumidores ou divulgadores de narrativas que, mesmo mascaradas do seu contrário, promovem a violência, enquanto assistimos ao silenciamento das que a contestam.
«A minha função é perguntar, é pôr em dúvida, não dar por sabido,
não aceitar como certo aquilo que nos querem impor como tal.»
José Saramago, discurso de aceitação do Prémio Nobel
Palestrantes

Bruno Amaral Carvalho
Jornalista
_edited.jpg)
Sofia Branco
Jornalista
Moderadora

Mafalda Santos
Escritora
Bruno Amaral Carvalho é jornalista. Estagiou na Agência Lusa e trabalhou para meios como a CNN Portugal, TSF, Contacto (Luxemburgo), EiTB e Gara (País Basco), Nòs Diário (Galiza) e A Voz do Operário. Viveu na Venezuela em 2008, país ao qual regressou com frequência e onde testemunhou a ebulição social e tentativas de golpe de Estado, colaborando com várias rádios comunitárias. Conhece em profundidade a realidade política do independentismo basco, galego e catalão. Em 2017, passou um mês entre guerrilheiros das FARC, nas montanhas da Colômbia. No ano seguinte, visitou pela primeira vez o Donbass em plena guerra civil. Em 2022, foi, durante vários momentos, o único repórter ocidental do lado russo da linha da frente. Passou, no total, cerca de oito meses entre as forças separatistas pró-russas. Em 2024, publicou o livro A Guerra a Leste, no qual relata a experiência vivida. No mesmo ano, passou várias semanas em Beirute, debaixo dos bombardeamentos durante a invasão de Israel.
Sofia Branco é jornalista há 25 anos. Trabalha na Agência Lusa, é formadora no Cenjor, foi Presidente do Sindicato dos Jornalistas e é, atualmente, Presidente da Associação Literacia Para os Media e Jornalismo. Entre 1999 e 2009, recebeu vários prémios jornalísticos, nomeadamente pela série de trabalhos sobre a mutilação genital feminina. É autora dos livros Cicatrizes de Mulher e As Mulheres e a Guerra Colonial.
Mafalda Santos nasceu em Lisboa, em 1982. Filha de mãe professora e pai jornalista, de quem herdou uma costela alentejana, teve, desde a infância, uma ligação profunda com a palavra escrita, nas suas mais diferentes formas literárias. Com doze anos, foi pela primeira vez ao teatro, e apaixonou-se. Fez o curso de Interpretação da Escola Profissional de Teatro de Cascais e, posteriormente, licenciou-se em Teatro/Encenação, pela Escola Superior de Teatro e Cinema. Hoje, a sua atividade profissional estende-se por diversas áreas: guionista de teatro e televisão, encenadora e professora de Interpretação. Quando encena e quando escreve, procura, acima de tudo, a verdade nas ações e no carácter das personagens. É membro do Clube das Mulheres Escritoras. Tem quatro livros publicados: Conta-me, Escuridão, Do Outro Lado, Enquanto o Fim Não Vem e, o mais recente, Aquilo que o Sono Esconde.